A cadeira de diretor do Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa
(DHPP) tem novo dono. É o delegado Jorge Figueiredo Júnior, que estava à
frente do Departamento de Narcóticos (Denarc).
Ele ocupa o lugar do delegado Arthur Gallas, cuja exoneração foi publicada ontem, no Diário Oficial do Estado.
A saída de Gallas foi uma das mudanças feitas pelo governador Jaques
Wagner no alto escalão da Polícia Civil e ocorreu dias após os rumores
da saída do secretário da Segurança Pública, delegado Maurício Telles
Barbosa.
No entanto, Wagner negou o desligamento de Barbosa, na
segunda-feira, durante assinatura das ordens de serviço para a
restauração de prédios do Corpo de Bombeiros.
Indicação
Gallas
foi indicado por Barbosa para o cargo de diretor do DHPP, unidade
criada há cerca de dois anos com a proposta de reduzir o número de
homicídios no estado. No entanto, o número de assassinatos na capital
passou de 1.299, entre janeiro e outubro de 2011, para 1.316, no mesmo
período de 2012 — de acordo com o banco de dados da Polícia Civil (PC).
Procurado
pelo CORREIO, o delegado Arthur Gallas disse que a sua saída foi um
processo natural. “Isso foi uma mudança geral. Nada a ver com questão de
aumento de homicídio. Pelo contrário: houve uma redução entre janeiro e
fevereiro deste ano de 30%”, declara o delegado. De acordo com o banco
de dados da PC, disponível no site da instituição, em janeiro deste ano
foram 137 homicídios contra 144 no mesmo período de 2012.
Ainda
segundo o delegado, houve um aumentou do número de prisões durante sua
gestão à frente do DHPP. “Houve um aumento de representação de mandados
de prisão e de busca e apreensão. Em alguns indicadores de 2012, de
quase 600%, se comparados com 2011”, afirma.
Gallas disse que
sua passagem à frente do DHPP foi proveitosa. “A gente conseguiu
estruturar um departamento que não existia. Antes, os delegados
investigavam os crimes da forma que entendiam. Criamos o Silc (Serviço
de Investigação de Local de Crime), que permite coletar em menor tempo
informações para identificação de culpados, um trabalho em conjunto com a
perícia, 24 horas por dia”.
Oxigênio
A
assessoria de comunicação da PC informou apenas que as mudanças visam
promover a “oxigenação” das áreas — os delegados podem levar a
experiência adquirida no antigo cargo para outros setores da polícia.
A
segunda mudança no alto escalão da polícia teve como protagonista a
delegada Heloisa Campos, que deixou a direção do Departamento de Polícia
Metropolitana (Depom) para assumir com a Corregedoria da Polícia
Civil. O Depom fica sob o comando da delegada Iracema Silva, exonerada
do cargo de corregedora-chefe da Corregedoria da Polícia Civil.
A
delegada Emília Margarida Blanco passou a chefia do gabinete do
secretário da Segurança Pública para Gabriela Macedo, que era
coordenadora da Superintendência de Inteligência. Emília passa a ser a
diretora do Departamento de Crimes contra o Patrimônio (DCCP), em
substituição ao delegado Cleandro Pimenta, que não teve o destino
divulgado.
O delegado Edenir de Macedo Cerqueira sai do cargo de
diretor do Departamento de Polícia do Interior (Depin) e assume a
coordenação da Superintendência de Prevenção à Violência. O Depin fica
sob a direção do delegado Moisés Damasceno, que era coordenador regional
da Polícia Civil. O delegado Evy Paternostro assume a 6ª Coordenadoria
de Polícia do Interior (Itabuna). Antes, ele era coordenador regional do
Depin.
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