Mulheres yazidis são vítimas de estupros e escravidão no Iraque

Imagem: Anistia Internacional

O relatório “Escape from Hell” (“Fuga do Inferno”), divulgado nesta terça-feira (23) pela Anistia Internacional apresenta as histórias de 42 mulheres e meninas capturadas por militantes sunitas do Estado Islâmico, que conseguiram escapar do controle do grupo após serem submetidas a torturas, estupros, casamentos forçados, vendidas como escravas sexuais, ou entregues como “presentes” a apoiadores dos jihadistas.
“Centenas de mulheres e meninas yazidis tiveram suas vidas destruídas pelos horrores da violência sexual e da escravidão sob o comando do Estado Islâmico”, afirmou Donatella Rovera, diretora de Resposta a Crises da Anistia Internacional, que conversou com ex-reféns do grupo no Norte do Iraque.
Segundo dados do relatório, mais de 300 mulheres e crianças sequestradas já conseguiram fugir do Estado Islâmico, mas a maioria dos yazidis capturados no meio do ano ainda estão sob o controle do grupo.
Os abusos cometidos contra os yazidis, que incluem o uso do estupro como arma de guerra e a conversão forçada ao Islã, são crimes de guerra e crimes contra a Humanidade. Os yazidis seguem uma religião que combina elementos do cristianismo, judaísmo e Islã e são vistos pelos militantes do Estado Islâmico como “adoradores sub-humanos do demônio”. Segundo o relatório, muitas meninas e mulheres cometem suicídio após serem capturadas pelo grupo.
“Fui levada a Mossul e mantida lá o tempo todo”, conta uma sobrevivente de 16 anos, identificada como Randa, que foi “dada de presente” a um homem com o dobro de sua idade. “Um homem chamado Salwan me levou a uma casa abandonada, juntamente com minha prima de 13 anos. Tentamos resistir e ele nos espancou. Ele me forçou a virar sua esposa, e me batia sempre que eu tentava resistir. Não havia nada que eu pudesse fazer. O Estado Islâmico arruinou nossas vidas”.
“As consequências psicológicas e físicas das terríveis violências sexuais que essas mulheres sofreram são catastróficas”, afirma Rivera.
De acordo com a Anistia Internacional, muitas sobreviventes da violência sexual cometida pelo Estado Islâmico não estão recebendo apoio e o amparo que necessitam. O ministro alemão do Desenvolvimento Estrangeiro, Gerd Müller, afirmou que a cidade de Berlim está montando um centro dedicado a receber mulheres vítimas de abusos do Estado Islâmico. O programa, no entanto, só seria capaz de atender a 100 mulheres.
Desde agosto, uma coalizão liderada pelos Estados Unidos tem realizado ataques aéreos contra o Estado Islâmico, que controla largas porções de território na Síria e no Iraque em seu autoproclamado califado.
A Alemanha aumentou o apoio às forças curdas pershmerga, que conseguiram importantes vitórias contra os jihadistas nos últimos dias.
No relatório, a Anistia Internacional pede ao governo da região do Curdistão, às Nações Unidas e a organizações humanitárias que identifiquem sobreviventes da escravidão sexual e ofereçam auxilio médio e serviços de apoio.
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Fonte: O Globo

Movimento contra muçulmanos cresce na Alemanha.

Imagem: Reprodução

O movimento anti-islâmico Pegida (Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente) atrai cada vez mais adeptos na Alemanha, sobretudo no Leste do país. Na última segunda-feira, 17.500 pessoas foram às ruas de Dresden protestar contra a “islamização” da Alemanha. O ritual das manifestações, que acontecem sempre nesse dia, tornou-se um fenômeno de massa e tem como alvo protestar contra a política do governo de receber milhares de fugitivos das guerras e conflitos nos países muçulmanos.
Em Dresden, Leipzig e no Leste de Berlim, os ativistas e dissidentes começaram a “revolução pacífica” que resultou na queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989, indo às ruas protestar usando o slogan “wir sind das volk” (nós somos o povo). Hoje o alvo dos protestos, que mantêm o mesmo slogan, são os fugitivos das guerras civis no mundo islâmico.
“Eles significam um perigo para o futuro dos alemães”, reclamou uma das manifestantes.
O movimento que é controverso, para o cientista político Werner Patzelt, de Dresden, a população do Leste se vê como vítima da imigração muçulmana, embora na cidade, capital do estado da Saxônia, apenas cerca de 2% da população sejam de imigrantes ou seus descendentes. O Pegida está se expandindo também para o Ocidente, onde a adesão, porém, é muito menor do que o número de pessoas que vão às ruas protestar contra a nova onda de xenofobia.
Enquanto o Pegida vê uma infiltração de muçulmanos no Ocidente, em Gölitz, também no Leste, o investidor Winfried Stöcker, dono da maior loja de departamentos da cidade, defendeu em entrevista ao jornal local a “expulsão de todos os negros que vivem na Alemanha”. Ele também é dono da empresa Euroimmun AG, que tem 1.700 empregados em 50 países.
Segundo o bispo de Görlitz, Wolfgang Ipolt, as manifestações de xenofobia estão “envenenando” o Leste.
“É uma falta de respeito usar a mão de obra das pessoas de outros países e, ao mesmo tempo, tentar impedir que elas vivam na Alemanha”.
Frauke Petry, porta-voz do partido Alternativa para a Alemanha, uma agremiação anti-euro com elementos de extrema-direita, diz que o Pegida é um movimento patriota como outros na Europa.
“Devido ao nosso passado, tudo o que tem a ver com patriotismo desperta suspeita na Alemanha”, diz Petry.
A cientista política Lamya Kadar, descendente de imigrantes muçulmanos, vê o grupo como uma iniciativa repleta de ódio, que tem como principal objetivo propagar a aversão à minoria muçulmana.
“Quando eles falam nos islamistas extremistas, não querem dizer apenas os fundamentalistas, mas todos os muçulmanos, também os nascidos na Alemanha. O Islã faz parte da Alemanha, como disse o ex-presidente Christian Wulff. A Alemanha precisa aceitar a minoria muçulmana definitivamente como alemã”,  afirma ela.
Segundo analistas, o Pegida é uma manifestação de xenofobia em reação à explosão do número de refugiados. Depois de receber cerca de 200 mil pessoas em 2014, a Alemanha aguarda cerca de 300 mil no próximo ano. Com a guerra civil na Síria e o avanço dos jihadistas do Estado Islâmico no Iraque, aumenta também a corrente de fugitivos em busca de segurança na Europa, sobretudo na Alemanha, onde são recebidos com infraestrutura organizada, mas com desconfiança.
Em Berlim, a prefeitura está construindo aldeias de contêineres para abrigar os fugitivos. A primeira deverá ser inaugurada em breve. Formada por 350 contêineres, com camas, minicozinhas e banheiros coletivos, têm capacidade para 400 pessoas e fica em Marzahn-Hellersdorf, na antiga Berlim Oriental. O bairro é um dos maiores do país e tem só 2% de estrangeiros.
Uta Sternai, diretora de três centros de refugiados em Berlim, vê com preocupação a nova onda de xenofobia. Segundo ela, a resistência da população, devido a um temor de redução do padrão de vida, é instrumentalizada pela extrema-direita.
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Fonte: O Globo

Médico é acusado de infectar mais de 100 com HIV no Camboja

Imagem: Divulgação

Um tribunal de Justiça do Camboja indiciou por assassinato e outras acusações um médico sem licença que supostamente infectou mais de 100 pessoas com o vírus HIV, segundo informações  divulgadas nesta terça-feira (23) pela imprensa local.
Yem Chhrin, de 53 anos, está sob custódia policial há uma semana e será processado por homicídio, com requintes de crueldade, após infectar intencionalmente pessoas com o vírus, enquanto exercia a medicina sem os certificados necessários.
Pelo menos 105 pessoas, entre elas 19 crianças, moradores da comunidade de Roka, na província de Battambang, no noroeste do Camboja, testaram positivo para o vírus HIV em uma inspeção médica.
Os moradores acusam Chhrin de ter utilizado as mesmas agulhas, sem esterilizá-las, no tratamento de vários pacientes.
Yem Chhrin, formado na década de 1980 nos campos de refugiados após a queda do Khmer Vermelho, era conhecido pela comunidade que atendia há 20 anos.
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Fonte: G1